Na verdade muito pouco se sabe sobre o dia a dia do circo, das famílias ou dos artistas circenses no Brasil; bem como de seus problemas, dificuldades e por que muitos jovens de família circense tradicional abandonam o picadeiro e parte em busca de novas oportunidades, levando na bagagem tudo aquilo que aprendeu profissio-nalmente em seu núcleo familiar. Em contrapartida, esse núcleo familiar que perde seus descendentes tem seu futuro circense comprometido. Como a história e a cultura da profissão dos artistas de circo é diretamente relacio-nada com uma identidade cigana de livre migração, ausente de territorialidade ou pertencimento nacional, essa migração dos jovens acontece mais naturalmente do que em outros contextos profissionais. Pode-se sugerir que o grande problema dessas migrações de jovens nos dias de hoje é que a questão econômica se sobrepõe a tradição cultural familiar de viver do circo e para circo, levando histórias familiares de várias gerações a extinção. Não sendo escrita ou documentalizada, seja em livros, mono-grafias ou registros de imagem, grande parte dessa história será perdida ao longo dos anos ou ficará restrita ao núcleo familiar circense que ainda exista.
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